Airwashing: A Fraude do Mercado de Carbono
Julio F. Campos
Este  artigo é dedicado a expor como o mercado de crédito de carbono ajuda as  empresas a fugirem de suas responsabilidades com o meio ambiente e a  saúde da sociedade em seu entorno.
   Hoje em dia, quando uma corporação fala sobre sustentabilidade ambiental, os primeiros resultados apresentados são as reduções das emissões de carbono.
Embora  algumas delas consigam essa redução utilizando fontes renováveis, mas  apresentando apenas os resultados com melhores reduções, e não o ciclo  de vida inteiro, muitos usam o mercado de carbono para calcular suas  reduções de emissões.
O  princípio por trás do mercado de carbono é simples, a empresa A emite X  toneladas de carbono, a empresa B faz com que a biomassa sequestre X  toneladas, gerando créditos de carbono. A empresa A compra créditos de  carbono da empresa B e neutraliza assim suas emissões de carbono.
Como exemplificado pela Dra. Katharine Hayhoe  uma analogia interessante para entender por que o sistema é uma fraude  pode ser feita: imagine que a pessoa A quer perder peso e paga a pessoa B  para ir à academia e perder peso para ele. Então, conforme A ganha  peso, B perde a mesma quantidade de peso e A pode dizer que não ganhou  peso.
O problema óbvio é que A ainda terá problemas de saúde por estar com excesso de peso.
O  mesmo raciocínio se aplica ao mercado de carbono, pois não se pode  esquecer que o carbono não é emitido sozinho. Muitos outros poluentes  são emitidos juntos, o que causa vários problemas ambientais e de saúde  locais / regionais.
Em  todo o mundo, centenas de milhares de pessoas morrem todos os anos  devido a doenças relacionadas à poluição do ar, e muitos outros são  hospitalizados pelo mesmo problema.
Portanto,  não importa o quão bonito seja a contabilidade de suas emissões de  carbono em seus relatórios de sustentabilidade, nunca se deve esquecer  de verificar o ciclo de vida da empresa e verificar como esta redução  foi de fato obtida.
Se  o mercado de carbono é a resposta, então a consequência direta é que a  corporação está usando apenas uma desculpa para não abordar os problemas  de poluição locais que o seu processo produtivo gera e, como resultado,  sua pegada de saúde ambiental e social não está sendo contabilizada.
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