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Sustentabilidade, inovação e a lição de Elon Musk


Julio F. Campos


O que podemos aprender com Elon Musk para termos modelos de negócios mais sustentáveis?

“Sustentabilidade custa caro”

“Inovação custa caro”

Custo. A primeira palavra que muitos ouvimos das empresas quando se fala em sustentabilidade e inovação.

Elon Musk é hoje o mais conhecido e invejado exemplo de sucesso em inovação e caso máximo de empreendedorismo.

Pavimentando as estradas de três grandes avanços, veículos elétricos, veículos autônomos e sua revolucionária geração de foguetes, irá constar nos livros de história, no mínimo, como um novo Von Braun, este responsável por colocar o homem na Lua enquanto Musk é o nome que nos levará à Marte.

Muitos empresários querem saber o segredo por trás de seu sucesso, mas poucos de fato procuram as informações que o explicam.

Como veremos, é mais simples do que parece. Mas qual a relação disto com sustentabilidade? O que Musk pode ensinar? Antes de entender isso, vamos falar de dois problemas relativos à condução das empresas, que ao contrário dele, os outros não estão vendo.

 É pessoal.

A menos que a você  seja completamente desatento e acredite que ao trabalhar para determinada empresa ganhou super poderes que a tornam imune aos danos ambientais causados pela corporação, você deve saber que sua família, filhos, netos, parentes também são afetados pelas ações insustentáveis que por ventura ocorram.

Ignorar o prejuízo a si mesmo, talvez preferindo um salário que cubra um bom plano de saúde ou viagens a lugares intocados para limpar a consciência é o extremo da desconexão com a realidade que alguém pode chegar.
Não importa se você é o CEO que pega o helicóptero para passar o final de semana na casa de praia. 
A praia está poluída, sua comida está contaminada por agrotóxicos, seu ar sujo pelo escapamento de seu helicóptero. E se você mora em alguma grande capital, lamento informar, mas o ar que você respira é mais sujo que a fumaça de um cigarro.

Então o primeiro problema é simples. Se você trata a questão da sustentabilidade como algo necessário para o benefício financeiro da empresa e não para sua própria saúde, bem, pense melhor.

Normas, certificações e afins.

A base da sustentabilidade nas empresas é focada em atender as normas definidas pelo governo ou  buscar certificações que mostrem para a sociedade que ela tem uma atuação séria na área.

Custa caro se adequar? Sim, afinal os modelos de negócios atuais não foram desenhados para a sustentabilidade e são necessários investimentos na área. Como consequência direta as empresas vão fazer o mínimo necessário para evitar  perder a lucratividade.

Presta atenção porque o detalhe agora é complexo.

Quando uma empresa atende as normas, ou o que seja, qual é o resultado direto o retorno do investimento? Aumento da lucratividade pela redução de custos de produção.

Agora o detalhe: Esse aumento da lucratividade é proporcional ao quanto de investimento é feito para se adequar. Óbvio. Então deveria ser óbvio que quanto maior o investimento, maiores os retornos futuros!!!

Qual parte do “quanto maior o investimento maior e melhor o retorno” não deu para entender ainda?
Se você só quebrar dois ovos, terá uma omelete de dois ovos.

E que Musk tem com isso?

Musk aprendeu com as lições de gigantes do passado.

A grande lição de Ford, não foi a linha de produção, mas sim o entendimento que seu sistema seria inútil se seus funcionários não pudessem comprar seus produtos.

De Edison não foram suas invenções inovadoras (a maioria roubada de outros, como Tesla), mas a necessidade de continuar tentando.

Musk, como dito, é a grande referência atual no mundo dos negócios, também tem algo a ensinar mas que poucos estão prestando atenção. E não é sua atenção às inovações e disposição a assumir riscos.
É sua disposição à aceitar prejuízos.
Esta é sua inovação disruptiva.

Nenhuma de suas empresas chaves, Tesla e SpaceX, são lucrativas. Todas operam no vermelho. Mas
Musk sabe que este é o preço para ser o líder, e não o seguidor.

A Tesla iniciou com lucros líquidos de -560% em 2008, e hoje está em -9%.

A SpaceX perdeu centenas de milhões de dólares até conseguir seu lugar na história aero espacial com o Falcon Heavy no começo do ano. Mas que ainda está sendo aprimorado, então não se espera um retorno no futuro próximo.

Musk investe em mais um leque variado de empresas. E não se importa com os prejuízos pois sabe que o retorno será maior que se ficar em sua zona de conforto.

Sim, sua empresa base, o Paypal, permitiu o inicio de sua fortuna e seus investimentos nestas áreas. E a confiança que o ele conseguiu obter do mercado e seus investidores quanto aos futuros retornos de suas empreitadas foi fundamental para suas “experiências”  em inovações.

Musk não vende lucratividade. Vende um novo futuro, com uma nova forma de lucratividade, no qual ele já é visto como um modelo a ser seguido. Ele está preocupado com a sustentabilidade do planeta ao focar em energias limpas? Não, apenas viu um nicho de mercado e, radicalmente, decidiu mergulhar nele.

Sim, as “experiências” dele custam caro, tão caro que ainda estão dando prejuízo. Mas Musk entendeu que para fazer uma omelete excelente, que seja referencia para o resto, ele teria que quebrar mais que o mínimo de ovos necessários.
Infelizmente em sustentabilidade muitos confundem quebrar mais ovos com matar a galinha.
Sustentabilidade pode custar caro. Adequar a sustentabilidade ao negócio é caro. Adequar o negócio à sustentabilidade é visto como suicida.

Entretanto os retornos futuros da última opção, sociais, ambientais e econômicos, ao mudar o modelo de negócios para a sustentabilidade irão favorecer àqueles que, como Musk, veem o precipício como a oportunidade de construir pontes e explorar novas fronteiras e não como uma barreira a ser temida.

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