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Desemprego e População ou Porquê não Consigo Emprego

Julio F. Campos
Que carreiras proporcionarão a melhor empregabilidade no futuro? Com o que devo escolher trabalhar? O que eu deveria estudar? Essas questões estão ficando mais comuns diariamente à medida que as taxas de desemprego aumentam em todos os países do mundo.

Embora o desemprego seja uma preocupação cada vez maior entre a população em geral, suas causas estão chamando a atenção de governos em todo o mundo devido às suas conseqüências sociais e econômicas catastróficas.

Apesar de muitas soluções estejam sendo propostas, desde o decrescimento econômico até menor jornada de trabalho, nenhuma delas ainda abordou o principal problema por trás da falta de empregos disponíveis. Esse problema reside na própria população, ou mais precisamente, no problema da superpopulação.

Independentemente de suas causas, o crescimento intrínseco da população nos países subdesenvolvidos ou a migração para os países desenvolvidos, o crescimento constante da população resulta em uma demanda crescente por trabalho, a qual é simplesmente maior do que a oferta disponível. Embora em alguns países superdesenvolvidos ainda haja aumento na procura de mão-de-obra, especificamente para posições de baixa renda, mesmo essa demanda atingirá um limite.

No entanto, não é apenas um problema de disponibilidade de emprego como o título, propositadamente enganador, sugere. Na falta de emprego, as pessoas começam a dirigir seus esforços para o setor de serviços, oferecendo sua capacidade de trabalho diretamente ao mercado ou mesmo buscando uma nova carreira. Mas, como já pode ser observado, mesmo o setor de serviços já está se tornando saturado, e o termômetro é a redução constante dos preços dos serviços, o que leva muitos a se queixar da "prostituição" de suas carreiras, à medida que mais e mais trabalhadores oferecem serviços cada vez mais baratos como uma tentativa quase desesperada de obter algum rendimento.

A conseqüência para a pessoa é complexa. "Por que não consigo conseguir um emprego?" é uma pergunta feita diáriamente. Muitos vão pelo caminho de aumentar suas qualificações, muitas vezes aconselhadas por profissionais de recursos humanos ou coachers, ignorando que milhares de outras pessoas fazem exatamente o mesmo. E ninguém está prestando atenção ao elefante na sala: "Você não pode conseguir um emprego, porque há muita concorrência, muitas pessoas e poucas oportunidades".

 Se alguns anos atrás, a questão principal era obter uma qualificação adequada, concorrendo com outros por uma vaga em uma faculdade, que era há anos considerado um seguro para o emprego, hoje a competição está em conseguir o emprego ou o cliente. Simples matemática, mas drasticamente dramática ralidade devido à quantidade de estresse que está sendo colocado em pessoas que estão, na maioria das situações, tentando apenas ter suas necessidades mais básicas satisfeitas.

 Para as empresas, o cenário parece atraente, pois é possível substituir profissionais caros por outros mais novos e mais baratos. A ressalva é que o trabalhador mal pago continuará estressado seja pela procura constante de um emprego melhor ou devido à sua, percebida incapacidade, de atingir uma qualidade de vida digna. O resultado é um sistema produtivo ineficiente.

 Para os governos que contam com pessoas economicamente ativas para apoiar seu sistema público de segurança social, o problema está atingindo níveis críticos, já que esses sistemas foram projetados com base na premissa de que as pessoas idosas devem ser o foco principal, sendo sustentadas pela riqueza gerada pela parte economicamente ativa da população. Agora, com uma quantidade cada vez maior dessa fração da população jovem que precisa do auxílio do sistema, ao qual deveria ser capaz de contribuir, o sistema social está enfrentando uma situação de déficit insolúvel. A remoção do governo da equação parece proporcionar um alívio para as contas públicas, mas ao custo de um aumento perigoso na inquietação social à medida que as pessoas se tornam incapazes de fornecer até mesmo as necessidades mais básicas para suas famílias.

 Infelizmente, a verdade permanece. Não há empregos porque há muitas pessoas e poucas vagas e nenhum modelo econômico proposto até agora pode resolver o problema.


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